Em 2025, Cabo Verde celebra 50 anos de independência, um marco que reflete não apenas meio século de soberania política, mas também uma impressionante trajetória de desenvolvimento económico e social reconhecida a nível internacional. Apesar da escassez de recursos naturais abundantes que marcam outras nações africanas, Cabo Verde estabeleceu-se como um país de desenvolvimento médio, com destaque pela estabilidade política, bons indicadores sociais e pelo contínuo crescimento sustentável.
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A comparação com países dotados de vastos recursos naturais torna o percurso de Cabo Verde ainda mais notável. Enquanto muitos países ricos em recursos lutam frequentemente com instabilidade económica, corrupção ou desigualdades sociais profundas, Cabo Verde tem construído uma sociedade equilibrada, com fortes investimentos em educação, saúde e infraestruturas. Este sucesso não provém da abundância natural, mas sim de uma decisão estratégica: apostar no empoderamento local, na valorização do capital humano e na construção de uma forte cultura comunitária.

A resiliência tem sido, historicamente, a principal moeda de troca do povo cabo-verdiano. 

Estamos no epicentro das alterações climáticas, sofremos com limitações económicas e desafios geográficos, e, no entanto, a população sempre respondeu com criatividade, inovação e solidariedade. É este espírito resiliente e colaborativo que permitiu a Cabo Verde alcançar padrões elevados de desenvolvimento humano, reconhecidos por organismos internacionais como exemplo para outras nações em desenvolvimento.

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Um dos pilares fundamentais desta história é a “morabeza”, uma expressão profundamente enraizada na cultura cabo-verdiana que transcende a simples hospitalidade. Morabeza é humanidade, acolhimento caloroso e a capacidade genuína de fazer o outro sentir-se em casa. Esta característica singular tornou-se uma marca de identidade que colocou Cabo Verde no mapa global, não apenas como destino turístico de excelência, mas como um modelo de convivência pacífica e respeito pela diversidade.

São 50 anos a transformar desafios em oportunidades. Pode-se mesmo dizer que em cada cabo-verdiano existe um espírito inato de empreendedorismo, capaz de criar uma realidade melhor do que aquela inicialmente oferecida pela natureza.

Quem duvidou da capacidade de Cabo Verde em tornar-se independente certamente não conhecia a determinação das suas gentes.

Este é o momento para celebrar o caminho que escolhemos enquanto nação. A nossa maior força sempre foi a meta do crescimento inclusivo, unindo tanto os que tiveram de emigrar quanto os que permaneceram nas ilhas. Cabo Verde não é apenas terra e mar; na verdade, nem sequer possui o verde da esperança que o seu nome sugere. Então, o que torna Cabo Verde tão especial? As suas pessoas.

É este legado de humanidade e resiliência que continuará a impulsionar o futuro desta nação cabo-verdiana e que nos ditará novos sucessos no futuro.